Por que alguns jogadores têm mais habilidade que outros para bater na bola? Qual a técnica para bater uma falta perfeita? Para responder a essas perguntas, reunimos as dicas dos maiores batedores de falta do Brasil. Quer aprender? Leia nosso artigo.
Juninho Pernambucano, ídolo do Vasco, foi uma referência nas faltas aqui no Brasil e no exterior. Ele acredita que alguns já nascem com uma pré-disposição para o jeito de pegar na bola. Mas claro que esses – e os outros – podem melhorar, e muito, com o treino diário. E ensina os jeitos de chutar:
“A falta mais perto do gol é batida de forma chapada, ou é com o peito do pé – que é mais difícil. O pé de apoio fica na mesma posição, mas você entra com o pé na bola”, explica. Desse último jeito, o chute vai com mais força. Com 76 gols de falta da carreira, Juninho foi inspiração para uma outra referência nas cobranças de falta: o italiano Andrea Pirlo. O ex-jogador disse que observava a maneira com que o brasileiro batia na bola nos tempos de Lyon e procurou repetir nos treinamentos.
Além dessas duas formas que o Juninho fala, o ex-cruzeirense Nelinho dá dicas de como bater com efeito. O efeito é colocado com o peito de pé na bola e com um movimento também importante de toda a perna – o que ajuda a bola a fazer uma curva. Especialistas dizem que quanto mais forte, maior o desvio que a bola pode pegar, devido ao seu sentido de rotação que também é maior. E por falar em curva quem não lembra do gol de Roberto Carlos contra a França? Entretanto, o ex-meia afirma que as melhores faltas que bateu foram com a parte externa do pé.
A força, além do jeito, é um vetor importantíssimo, claro. Mas não é tudo. É o que afirma Rivelino, canhoto como Roberto Carlos, e que foi conhecido pelo apelido de “Patada Atômica”.
Em uma coisa todos eles concordam: a repetição é tudo. Zico mesmo batia de 70 a 100 faltas por semana. “Um macete era colocar as camisas nos ângulos do gol e tentar acertá-las”. Importante ouvir essas dicas do Galinho de Quintino pois sabe quem mais ouviu e se deu bem? Ninguém menos que Marcelinho Carioca. O pé de anjo se consagrou como um dos melhores batedores de falta na história do Corinthians.
E falando de mitos de falta, não podemos deixar de falar do M1to Rogério Ceni. Recém-aposentado, Ceni se consagrou como o goleiro que mais fez gols no mundo. O ex-capitão do São Paulo marcou mais de 60 gols de falta – nos mais de 100 que fez durante a carreira. Ele compara a batida ao top spin – movimento de tênis que você “escova” a bola, de baixo pra cima, para adicionar o efeito e direcionamento.
A malandragem também faz parte. Ronaldinho Gaúcho, mesmo, não tinha mania de cobrar as faltas por debaixo da barreira (sem falar naquela falta épica na Copa do Mundo de 2002, contra a Inglaterra) ?!
Roberto Carlos disse que sempre usava o 2º jogador da barreira como referência. O mesmo dito por Marcos Assunção, que com suas faltas, foi fundamental para a conquista da Copa do Brasil de 2012 do Verdão. O ex-palmeirense ainda conta que tem algumas manias como limpar a bola, arrumar o cadarço, contar 3 passos para trás e mentalizar onde quer pôr a bola.
Há de se observar também grandes batedores como Neto, Roberto Dinamite, Rivaldo, Branco, entre outros. Agora, duas perguntas. Pra você, quem é o maior batedor brasileiro da atualidade. E porque esse fundamento se tornou tão escasso ultimamente?